História

Quando aqui chegaram os franceses, em 1612, vinha na expedição um grupo de frades capuchinhos - Frei Cláudio d'Abeville, Frei Ivo d'Evreux, Frei Arsênio de Paris e Frei Antonio de Amiens, que no dia 12 de setembro do citado ano celebraram a primeira Missa no Maranhão. Certamente não tiveram tempo de pensar na implantação da Ordem Terceira (OT) por estas plagas, pois ficaram aqui apenas dois anos.

As datas de fundação e extinção desta OT não se tem notícias até o momento. O que vem depois do silêncio, até a chegada dos frades capuchinhos, ao Maranhão, em 1893, pois já em 1897 se tem notícia da OT em Barra do Corda e em 1899, em São Luís do Maranhão, precisamente na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no dia 26 de março. Seu fundador soi, segundo registros do Arquivo da Província dos Capuchinhos, Frei João Pedro de Sexto.


O primeiro Capítulo da OFS Regional do Maranhão foi em 28 de maio de 1988 no Convento do Carmo em São Luís do Maranhão.




Assistentes Regionais do Maranhão


Frei Angelo Oginatti - OFMCAP


Frei José de Oliveira - OFMCAP - immemorian


Frei manoel Ferreira da Silva (Joá) - OFM


Frei Bernardo Brandão - OFM


Frei João de Deus Garagiola OFMCAP


Frei David - OFMCONV




Ministros Regionais


Antonio Alves Monteiro


Elias Ribeiro Cavalcante - 1987 à 1997


Giuliana Villa - 1998 à 2004


Ranumfo Gomes de Almeida - 2004 à 2010


Zilmar de Sá Uchôa - 2010 à 2013





CRONOLOGIA DA VIDA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS





1181 ou 1182
Francisco nasce, em Assis, Itália, filho de Pedro Bernardone, mercador de tecidos, e de Donna Pica. Recebeu, no batismo, ocorrido na catedral de S. Rufino, o nome de João, que seu pai, ao regressar da Provença, mudou para Francisco (Francesco ou Francês), em homenagem à França, aonde ia abastecer-se de panos.

1200
Francisco é aclamado Rei da Juventude e, juntamente com a corte dos amigos, passa a vida em festas, banquetes, serenatas, guitarradas e canções, à porta das belas moças de Assis. O pai encanta-se com a fama do filho, que lhe dá grande esperança de continuador dos seus negócios.

1202
Francisco participa na guerra entre Assis e a vizinha Perusa. Assis é derrotada e Francisco fica preso, em Perusa, durante um ano. Na prisão anima os companheiros com sua alegria e canções de liberdade.

1204
Ansioso de glória, Francisco alista-se nas hostes de Gualter de Brienne e parte, numa expedição de Assis, para a Apúlia, a libertar territórios do Papa Inocêncio III. Quando cavalgava para o campo de batalha, um sonho, tido em Espoleto, durante a noite, fá-lo regressar a Assis, onde começa a levar vida retirada, que provoca uma viragem no seu ideal.

1205
Francisco ouve do crucifixo da igreja de S. Damião esta fala: “Francisco vai reparar a minha igreja que está a cair em ruínas!”. Pedro Bernardone desagrada-se desta mudança do filho e move-lhe violenta oposição, enquanto a mãe se mostra mais compreensiva e pacificadora. O pai prende Francisco num cubículo gradeado, mas a mãe, na ausência paterna, abre-lhe as grades.

1206
Francisco despe a roupa no tribunal do Bispo de Assis, e entrega-a ao pai, exclamando: “Até hoje chamei pai a Pedro Bernardone; doravante, poderei dizer deveras: Pai Nosso que estais nos céus!” O bispo envolve Francisco nu na sua capa e este sai de Assis rumo à sua vida nova, começando a reparar a igrejinha de S. Damião.

1206 a 1208
Francisco reconstrói as igrejinhas de S. Damião, S. Pedro e Santa Maria dos Anjos da Porciúncula.

1209
Francisco dirige-se a Roma, com onze companheiros, e obtém do Papa Inocêncio III a aprovação oral da sua Regra e da sua Forma de Vida de Frades Menores.

1209 ou 1210
Francisco funda a Ordem dos Irmãos e Irmãs da Penitência, depois chamada Ordem Terceira de São Francisco (Tertius Ordo Franciscani/TOF ) e, hoje, denominada Ordem Franciscana Secular (OFS ).

1212 
Clara Favarone, menina de Assis, onde nasceu, a 16 de Julho de 1193 ou 1194, é recebida por Francisco, na noite do Domingo de Ramos, em Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, dando, assim, início à Ordem das Clarissas ou das Senhoras Pobres de Assis.

1213
Francisco aceita o Monte Alverne, oferecido pelo Conde Orlando de Chiusi para que nele construa um ermitério e ali se possa entregar à oração. Monte Alverne é um dos lugares altos da vida e espiritualidade de Francisco. Ali, recebeu a impressão das chagas do Crucificado.

1216
Francisco obtém do Papa Honório III a indulgência da Porciúncula, a igrejinha Mãe da nova Família Religiosa.

1219
Francisco vai ao Próximo Oriente, onde os cristãos europeus movem guerra aos Muçulmanos, para libertarem os Lugares Santos. Dando início ao diálogo inter-religioso e ao espírito ecuménico, é recebido benevolamente pelo Sultão do Egito, prediz a derrota dos cristãos e visita a terra de Jesus.

1221
Francisco obtém do Papa Honório III a aprovação da Regra dos Irmãos e Irmãs da Penitência, dita, hoje, Ordem Franciscana Secular.

1223
O Papa Honório III aprova a Regra definitiva ou Regra bulada  de Natal, em Greccio, aldeia do Vale de Rieti, na propriedade do seu amigo, João de Velita, que, ali, armou o primeiro presépio. Francisco oficiou de diácono na missa.

1224
Francisco tem a visão do Serafim alado, em Setembro, no Monte Alverne, recebendo, no seu corpo, as chagas de Cristo Crucificado.

1224 e 1225
Montado num jumento, prega pela Úmbria e pelas Marcas de Ancona.

1225
Visita Clara, em S. Damião. Os tratamentos que lhe fazem não surtem efeito. Fica internado em S. Damião. Ali, alquebrado, esmagado de dores e quase cego, compõe e canta, em Abril ou Maio, o Cântico do Irmão Sol ou das Criaturas. Em Julho, dirige-se a Rieti para novo tratamento e é acolhido pelo Cardeal Hugolino, seu grande amigo. No mês de Agosto o médico cauteri
za-lhe as fontes, aplicando-lhe um ferro em brasa, sem resultados. Volta a Rieti, em Setembro, e, em La Foresta, renova a vinha do padre local, agastado com a devastação operada pelos admiradores e devotos de Francisco.

1226
Francisco vive em Rieti, em Fonte Colombo e em Sena. Em Maio ou Junho regressa à Porciúncula. Em Agosto ou Setembro vai ao palácio do bispo D. Guido para se tratar. A seu pedido, é levado para a Porciúncula, e, no caminho, lançado a bênção à sua cidade de Assis. Na Porciúncula dita o Testamento. No dia 3 de Outubro, ao sol-posto, morre, rodeado dos Irmãos, banhados em lágrimas. No dia 4 é sepultado na igreja de São Jorge. 1228 No dia 16 de Julho, Francisco é canonizado pelo Cardeal Hugolino, Protetor da Ordem e seu grande amigo, agora, papa, com o nome de Gregório IX.

1230
No dia 25 de Maio, os restos mortais do Pai da Família Franciscana são trasladados para a nova Basílica de São Francisco de Assis.






Dever de Gratidão

Autor: Irmão Antonio Alves Monteiro

A Ordem Franciscana Secular – Regional do Maranhão acha-se, aqui, reunida em sua Assembléia Anual, marcando mais um passo significativo de caminhada como Fraternidade. Este evento não é coisa pequena, destituída de valor, pois, como diz o salmista, referindo-se à vida fraterna, “... ali derrama o Senhor a sua bênção” (Sl 132,3). De fato, é uma bênção estarmos reunidos, razão por que devemos ser gratos a Deus e a quantos nos ajudaram a participar desta bênção: a vida fraterna franciscana secular.
As primeiras fontes franciscanas nos falam do cuidado de São Francisco com alguns leigos de seu tempo que desejavam seguir seu ideal evangélico, e a Carta aos Fiéis é bem uma comprovação desse cuidado e zelo.
Apoiada nesse exemplo, a Santa Mãe Igreja entregou à Primeira Ordem o cuidado pastoral dos membros da Terceira Ordem, a fim de que estes se mantivessem sempre na fidelidade ao carisma de São Francisco de Assis.
Esse cuidado, que a nossa Regra (art. 26) e CCGG (art. 85.2; 89.1e3; 91.1), bem como as Constituições das várias Obediências chamam de “assistência espiritual e pastoral”, é exercido por um irmão-sacerdote da Primeira Ordem e da Terceira Ordem Regular (TOR) em nome do Superior Provincial que o delega para tanto, nos vários níveis de organização da Ordem Franciscana Secular (OFS). Foi assim que Frei Ângelo Olginati, OFMCap se tornou Assistente da OFS no Maranhão-Pará, durante 20 (vinte) anos, exercendo um trabalho inestimável à mesma, tanto na organização quanto na formação, preparando os irmãos e irmãs seculares para assumirem a Ordem como responsáveis pelo seu destino. Portanto, Frei Ângelo Olginati, como Assistente Regional, tanto do Maranhão quanto do Pará, preocupou-se com o futuro da OFS nessas Regiões, primeiro organizando-as, preparando e formando na espiritualidade franciscana irmãos e irmãs seculares que pudessem levar avante, com senso de responsabilidade, a caminhada por ele iniciada com aqueles primeiros irmãos; e em segundo lugar, abrindo caminho no exercício da Assistência a ser seguido no futuro por outros irmãos da Primeira Ordem.
Obrigado, Frei Ângelo Olginati, pelo trabalho realizado com grande zelo, dedicação extremada, firme perseverança e fidelidade incomparável, em favor dos irmãos e irmãs seculares, no exemplo do Pai São Francisco, expresso na Carta aos Fiéis, e conforme o querer da Santa Mãe Igreja Romana expressa na Regra e CCGG da OFS, e nas Constituições dos três ramos da Primeira Ordem e da TOR, sempre em sintonia com as diretivas nacionais e em nome dos seus Superiores, dos quais recebeu a missão.
O seu trabalho, caríssimo Frei Ângelo Olginati, continua no zelo dos seus irmãos da Primeira Ordem e das gerações de terciários do presente e do futuro. A semente plantada pelos pioneiros da Missão dos Capuchinhos, na fundação das muitas Congregações da Terceira Ordem, foi cultivada com cuidados de mãe, por isso é que se tornou árvore frondosa cujos frutos já podem ser vistos.
Mais uma vez, muito obrigado, em nome de todos os irmãos e irmãs Franciscanos Seculares do Maranhão; e nas suas orações, continue se lembrando daqueles que foram as razões do seu trabalho pastoral durante mais de 20 (vinte) anos.
Aproveitamos a oportunidade para lhe dar, caríssimo Frei Ângelo Olginati, os parabéns pelos seus 80 anos, completados no dia 4 de abril deste ano. Deus seja louvado pela vida e pelo ministério de Frei Ângelo Olginati.
Notas biográficas de Frei Ângelo Olginati:  nasceu em 4 (quatro) de abril de 1923, em Bosisio Parini, na Província de COMO – Itália; foi admitido ao noviciado na OFMCap em 24 de julho de 1941; fez a Profissão simples em 25 de julho de 1942 e a Profissão solene aos 25 de julho de 1945; foi ordenado sacerdote em 2 de abril de 1949.
Frei Ângelo Olginati chegou ao Brasil, - Fortaleza-CE – aos 10 de dezembro de 1947. Portanto, foi ordenado sacerdote já no Brasil. Exerceu seu ministério sacerdotal e missionário no Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amapá. As missões populares foram o seu campo privilegiado de ação missionária, durante longos anos, sempre solicitado pelos vigários, com grande aceitação por parte do povo. De 1975 a 1995, foi o Assistente Regional da OFS no Maranhão-Pará, dedicado, exigente, zeloso, perseverando e querido dos irmãos e irmãs beneficiados pelo seu trabalho apostólico. Vejamos alguns testemunhos sobre a dedicação de Frei Ângelo Olginati à OFS:


A 2ª Região (Maranhão, Pará, Amapá) fervilha de progresso em organização, 
formação, espiritualidade e apostolado. É que ela possuía também o seu 
extraordinário dínamo: Frei Ângelo Olginati, OFMCap “.
(Assim se expressa Frei Mateus Hoepers OFM, em Passos de Vida Franciscana,
 p.146.)

“... no dia 17 de setembro de 1974, festa dos Estigmas do Seráfico Pai, foi inaugurada a sede do Secretariado Regional da II Região e, ao ensejo, foi empossado o primeiro
 Conselho Regional, graças ao esforço impertérrito do incansável batalhador da OFS, Frei Hortêncio Conti e do espírito irrequieto do seu digno sucessor, Frei Ângelo Olginati”.(Registra Frei Egberto Prangenberg OFM, em Francisco entre os seculares, 
p. 211.)

São belos testemunhos que devemos conhecer. No entanto, estão muito aquém da mensagem do Conselho Nacional, por ocasião dos 20 anos de Frei Ângelo Olginati como Assistente Regional, que aqui transcrevemos:



































Obrigado, Frei Ângelo Olginati! Obrigado, Irmãos Capuchinhos da Província Nossa 
Senhora do Carmo! Deus os recompense pela assistência à OFS do Maranhão!
Paz e Bem! 



São Francisco fala aos céus 


Como um menino fradinho, orando São Francisco de noite, viu Cristo e a Virgem Maria e muito outros santos falando com ele.

Um menino muito puro e inocente foi recebido na Ordem, quando São Francisco ainda vivia. E estava num lugar pequeno, onde os frades, por necessidade, dormiam no chão. São Francisco foi uma vez a esse lugar e, de tarde, depois de dizer completas, foi dormir para poder levantar-se de noite para orar, quando os outros frades 
estivessem dormindo, como costumava fazer. O dito menino pôs no coração que queria espiar solicitamente os caminhos de São Francisco, para poder conhecer a sua santidade e especialmente para poder saber o que ele fazia de noite quando se levantava. E para que o sono não o enganasse, o menino foi dormir ao lado de São Francisco e amarrou a sua corda com a de São Francisco, para perceber quando ele se levantasse: e São Francisco não percebeu nada disso. Mas de noite, no primeiro sono, quando todos os outros frades dormiam, levantou-se e encontrou sua corda amarrada, e soltou-a com cuidado para que o menino não o percebesse, e São Francisco foi sozinho para o bosque que havia perto do lugar, entrou numa pequena cela que aí havia e pôs-se em oração. E, depois de algum tempo, o menino acordou e, vendo que a corda estava desamarrada e São Francisco tinha se levantado, levantou-se e foi procurá-lo. Encontrando aberta a porta por onde se ia para o bosque, pensou que São Francisco tivesse ido lá, e entrou no bosque. E chegando perto do lugar onde São Francisco orava, começou a ouvir muita conversa; aproximando-se mais, para ver e entender o que ouvia, divisou uma luz admirável que rodeava São Francisco e nela viu Cristo, a Virgem Maria, São João Batista e o evangelista, e uma grandíssima multidão de Anjos, que falavam com São Francisco. Quando o menino viu e ouviu isso, caiu no chão, desmaiado. Depois, 
cumprido o mistério daquela aparição, voltando São Francisco ao lugar, tropeçou 
no dito menino jogado no caminho, como morto e, por compaixão, levantou-o, 
colocou-o nos braços e o levou como faz o bom pastor com suas ovelhas.
E depois, sabendo dele como tinha visto a referida visão, mandou-lhe que nunca 
o dissesse a ninguém, isto é, enquanto ele vivesse. Mais tarde, o menino, crescendo na graça de Deus e na devoção a São Francisco, foi um valente homem na Ordem,e, depois da morte do santo, revelou aos frades a referida visão.


COMO SÃO FRANCISCO AMANSA O LOBO


Nesta época São Francisco morava na cidade de Gúbio, onde num certo dia surgiu um grande e feroz lobo que devorava os animais e os homens, de forma que todos morriam de medo, porque esse animal feroz sempre se aproximava da cidade. Por isso, todas as pessoas se armavam quando tinham que sair de Gúbio. Mas, como o animal se mostrava muito feroz, depois de um certo tempo, os habitantes da região nem tinham mais coragem de sair da cidade, mesmo estando armados.
São Francisco, sabendo o que estava acontecendo, resolveu ir ao encontro do lobo. Assim, fazendo o sinal da cruz, saiu da cidade com os seus companheiros para encontrar o temível animal. Foram com ele, ao encontro do lobo, também vários moradores de Gúbio.
Ao chegar no local onde a fera se encontrava, os moradores viram o feroz lobo com a boca aberta indo ao encontro do santo. Quando o animal se aproximou, São Francisco fez o sinal da cruz e o chamou: -”Venha cá, irmão lobo, ordeno-te da parte de Cristo, que não me faças mal, nem a mim e nem a ninguém desta cidade.”
Admiravelmente ao fazer o sinal da cruz o lobo fechou a boca e veio manso como um cordeiro, lançando-se aos pés do santo como se estivesse morto.
Então, Francisco lhe disse: -”Irmão lobo, tens causado muitos prejuízos a esta terra, destruído e matado as criaturas de Deus sem o Seu consentimento. Além de tudo também mataste seres humanos, feitos à imagem e semelhança do Altíssimo. Por isso és digno de forca, como um terrível ladrão e homicida. Toda esta gente que está aqui murmura contra ti e toda a terra te é inimiga. Porém, eu desejo fazer as pazes entre ti e eles, de forma que tu não agridirás mais a eles e eles te perdoarão todas as ofensas que lhes cometeste no passado e não serás mais perseguido por nenhum cão e nem por nenhum homem.”
Depois que São Francisco terminou de falar, o lobo fez um movimento com o corpo, com a cauda e com as orelhas, inclinando a cabeça, para mostrar que aceitava o que o santo dizia.
Com isso, Francisco lhe disse: -”Irmão lobo, já que é do teu agrado fazer e observar a paz, eu te prometo dar alimento continuamente, enquanto viveres, através dos homens desta terra, a fim de que não passes fome, porque sei que foi por causa da fome que fizeste isto tudo. Assim, deves me prometer que não farás mais mal a nenhuma pessoa, nem a nenhum animal. Tu prometes isto?” E o lobo, inclinando a cabeça fez um sinal de que prometia. Então, São Francisco continuou: -”Irmão lobo, eu quero que tu me dês uma prova de que vás cumprir o que prometeste.” E, estendendo o santo a mão para receber o juramento, o lobo levantou a sua pata direita e a colocou sobre a mão do santo.
Após o acordo firmado, Francisco lhe disse novamente: -”Irmão lobo, agora deves vir comigo para concluirmos esta paz em nome de Deus.” Então o lobo o acompanhou mansamente, de modo que todos da cidade se admiraram.
Estando todos reunidos à sua volta, São Francisco pregou dizendo que Deus permitia tais adversidades por causa dos pecados cometidos pelos seres humanos. Por isso, todos deviam fazer penitência, para que Deus os livrasse do lobo do tempo presente e, no futuro, do fogo infernal. Logo em seguida lhes falou do acordo firmado com o lobo e todos prometeram nutri-lo diariamente.
Para concluir, o santo falou novamente ao manso animal: -”E tu, irmão lobo, prometes observar o pacto de paz?” E o lobo se ajoelhou e inclinou a cabeça com movimentos mansos, demonstrando que o observaria.
E continuando Francisco a lhe falar, e pedindo um sinal de que realmente cumpriria o que estava prometendo diante de todo o povo, o lobo estendeu a sua pata direita e colocou-a na mão do santo.
Logo, todos começaram a louvar a Deus por lhes ter enviado São Francisco para alcançar a paz e porque por seus méritos haviam ficado livres da boca do feroz animal.
Depois disto, o lobo viveu ainda dois anos em Gúbio, entrando domesticamente nas casas de porta em porta, sem fazer mal a ninguém, e sem que lhe fizessem também qualquer mal. O povo o nutria com cortesia. Igualmente nenhum cachorro ladrava atrás dele. Finalmente, após dois anos o irmão lobo morreu de velhice, deixando o povo da cidade bastante triste, porque o vendo, lembravam-se da virtude e da santidade de São Francisco.